O Comunicação com Azeite é um espaço que pretende divulgar conteúdo de comunicação pública, com foco na publicidade e propaganda de governo. Nesse blog os visitantes também encontram dicas de livros, músicas de primeira qualidade e uma pitada de gastronomia, minha mais nova paixão.































quinta-feira, 30 de junho de 2011

5º Jogos Mundiais Militares


Os 5º Jogos Mundiais Militares serão o maior evento esportivo militar já realizado no Brasil. O evento acontecerá na cidade do Rio de Janeiro, de 16 a 24 de julho de 2011, e reunirá cerca de 8 mil participantes. Serão aproximadamente 6 mil atletas e 2 mil delegados vindos de mais de 100 países. Vinte modalidades esportivas serão disputadas, algumas inéditas em jogos mundiais militares, como o vôlei de praia. O Brasil deverá participar com 250 atletas e estará representado em todas as modalidades.
 
A escolha pelo Brasil para sediar os 5º Jogos Mundiais Militares aconteceu em maio de 2007, em Burkina Faso, na África Ocidental, durante reunião do CISM – Conselho Internacional do Esporte Militar (da sigla em francês para Conseil International du Sport Militaire).
 
O País disputou com a Turquia o direito de sediar os jogos. No julgamento final, a infraestrutura esportiva já estabelecida no Rio de Janeiro para os Jogos Pan-Americanos, a experiência na realização de grandes eventos e o apoio demonstrado pelas autoridades locais ao projeto foram decisivos para a vitória do Brasil.





Mascote dos jogos













terça-feira, 28 de junho de 2011

Livroteca - Transformações da Politica na Era da Comunicação de Massa

Autor: Wilson Gomes
Editora: Paulus - www.paulus.com.br
Preço médio: R$43,00

"se começarmos por examinar o vetor que vai da política aos negócios, veremos que o mundo da política tenta conseguir, do mundo dos nengócios, doações para campanhas e/ou dinheiro para "caixinha" usando cacife eleitoral provocado por uma superexposição midiática positiva de agentes e grupos em disputa na arena política. A metáfora do cacife faz sentido à medida que, para satisfazer os cálculos de ganho e de interesse do mundo dos negócios, o agente da política em campanhas precisa parecer ter chances de vencer a eleição. Uma das formas de assegurar as suas chances é, justamente, a boa repercussão no sistema informativo da comunicação de discursos, declarações e atos do candidato"
Trecho do livro, extraído da página 150.

"estar distante dos proprietários dos meios de comunicação e dos diretores de redação, por exemplo, pode ser fatal para a sobrevivência política, mesmo para a existência política realmente muito forte no interior do campo da política"
Trecho do livro, extraído da página 160.

"há ainda o expediente da barganha entre mundo política e empresas de comunicação, em que o primeiro oferece recursos políticos, como verbas publicitárias públicas, concessões de rádio e televisão, empréstimos e financiamentos públicos, em troca do recurso midiático (exposição positiva, campanha favorável)"
Trecho do livro, extraído da página 161.

"as empresas brasileiras de comunicação sustentam-se basicamente em duas fontes: a propaganda governamental e os grandes anunciantes privados"
Trecho do livro, extraído da página 154.

"quando o governo contribui com a empresa de comunicação através da publicidade oficial, frequentemente autoriza-se a pretender retribuição na forma de boa vontade editoral"
Trecho do livro, extraído da página 161.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Contos da Propaganda - Pó da Pérsia, Bálsamo Maravilhoso e Ungento Santo.....

  Até 1887, as propagandas brasileiras se resumiam a divulgação de compra e venda de móveis, bem como anúncios de escravos, vendendo negros e descrevendo fugitivos. Depois da abolição da escravidão, a propaganda de remédios ganhou espaço no mercado brasileiro. Com formato em preto e branco e tamanhos irregulares, anúncios de remédios para combater sífilis e diversas outras doenças se avolumavam em revistas e jornais. Daí o origem de uma frase, de autoria desconhecida, publicada em jornal da época: “Brasil: um vasto hospital”. 
    Para chamar a atenção dos consumidores e criar um diferencial de mercado, alguns produtos com composição farmacoterápica passaram a adotar nomes "atraentes", dentre eles Pó da Pérsia, Bálsamo Maravilhoso, Ungento Santo, Óleo de Fígado de Bacalhau, Licor de Alcatrão e Magnésia Fluida. Outro diferencial dos anúncios desses produtos era a característica literária dos textos, que muitas vezes foram feitos por poetas como Olavo Bilac. 
    A partir de 1901, o Brasil entra em plena expansão produtiva. E a propaganda encontra fôlego por causa de novos anunciantes que surgiram. Com a intenção de criar mais um diferencial de mercado, os "propagandistas" passam a usar imagens de celebridades nos anúncios."Case" de propaganda da época é um anúncio com o Barão de Rio Branco divulgando produtos alimentícios brasileiros.
    Para ajudar no fortelecimento da imagem dos nosso produtos, o Governo da República publicou em 23 de setembro de 1902 o Decreto nº 4559, abrindo crédito de 10 contos de réis para o Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas pagar despesas com propaganda de produtos agrícolas nos Estados Unidos. 
    Não existe registro de quais ações e peças foram desenvolvidas com os recursos públicos, mas com certeza os propagandistas da época apoiaram de olhos fechados a iniciativa, alegando que o dinheiro foi investido estrategicamente para alavancar o desenvolvimento do mercado brasileiro.


AUTOR: Patrick Costa

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Publicidade Infantil na mira do Congresso Nacional

A nova investida da Câmara dos Deputados contra a propaganda infantil reacendeu a discussão em torno do tema, que iniciou em 2001 com o Projeto de Lei 5.921. Basicamente, a o projeto determina que "fica proibida qualquer tipo de publicidade, especialmente as veiculadas por rádio, televisão e internet, de produtos ou serviços dirigidos à criança, no horário compreendido entre 7 e 21horas".


Antes de ser pai, me perguntava porque constantemente o governo ou um orgão de defesa de crianças e adolescentes tentavam proibir a publicidade direcionada ao público infantil. Hoje, vendo meu filho comentar as propagandas que passam na televisão, não defendo a proibição, mas entendo a necessidade de definir REGRAS para direcionar a criação de campanhas publicitárias de produtos infantis. Principalmente porque as "crianças modernas" são impactadas por muitos estímulos sonoros e visuais, fato que amplia sua capacidade de absorver informações. Dessa forma, as crianças são vulneráveis a "comandos" negativos, como por exemplo, coma fast-food, brinque com armas de brinquedos, assista televisão, divirta com o computador, compre para suprir carências e procure amizades em ambientes virtuais.
Teste do e-Marshmallow

Para especialistas, as crianças ainda não estão preparadas para lidar com o apelo gerado pela publicidade. "A criança não tem a capacidade de discernimento com o juízo crítico que o adulto tem. Se o adulto já é seduzido pelas propagandas, imagine a criança? A percepção delas vai sempre pelo lado emocional, e não costuma passar pelo racional, onde está o juízo crítico" enfatiza a psicóloga e psicanalista especialista em atendimento infantil Paula Ramos, da Escola Brasileira de Psicanálise.

O grande problema das campanhas direcionada ao público infantil não esta na capacidade de persuasão da propaganda, que vai de encontro à autoridade exercida pelos pais, conforme afirma a coordenadora geral do projeto Criança e Consumo, da Fundação Alana, Isabella Henriques. Ainda segundo a coordenadora, "Os pais não têm força suficiente para lidar com uma indústria tão poderosa e tão rica como é a da propaganda. É uma disputa muito desnivelada em termos de força".

Reafirmo que a solução não é proibir a propaganda, mas sim direcioná-la. A solução é institui regras que forçam as agências de comunicação criar campanha mais "lúdicas", que prioritariamente estimulam brincadeiras coletivas, hábitos saudáveis e atividades pedagógicas, ao invés de campanhas que estimulam hábitos solitários, individualistas e sedentários.



Peças direcionadas aos público infantil, que estimulam brincadeiras ao ar livre


sábado, 18 de junho de 2011

Zé Gotinha 2011

Zé Gotinha, o simpático garoto propaganda da vacinação infantil, na campanha de 2011 do Ministério da Saúde.

Cartaz

Outdoor

Ad. Jornal

Broadside Frente

Broadside Verso

Fonte: Ministério da Saúde

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Jingle do Governo da Bahia

O Jingle é uma ferramenta musicada de comunicação, um slogan memorável, elaborado com refrão simples e de curta duração, a fim de ser lembrado com facilidade. Para ser eficiente, um jingle deve ter melodia cativante, com a intenção de "prender" na memória das pessoas. Por isso é tão comum que as pessoas lembrem de jingles que não são mais transmitidos há décadas.

"O primeiro jingle foi produzido en 1926, nos EUA, para um cereal matinal chamado Wheaties, cujo slogan principal é "Para um café da manhã de campeões". O auge do jingle foi na década de 50, nos EUA, no boom econômico. Era usado em diversos produtos, como cereais matinais, doces, tabaco, bebidas alcoólicas, carros e produtos de higiene pessoal."
FONTE: Wikipédia

No caso do jingle criado pelo Governo da Bahia, somou-se a melodia com imagens institucionais, resultando em uma peça de televisão que divulga as ações do governo.


Teatro Político Partidário

"Nas sociedades de democracia representativa de massa, a sociabilidade política tem se transformado substancialmente. A diferença da sociabilidade comunitária, a sociabilidade de massas não permite experiências,vivências e relações diretamente partilhadas pelos indivíduos e fazendo parte de um cotidiano comum a maior parte dos membros do grupo social. Assim, os fóruns e palcos do teatro político deliberativos, onde se materializa a discussão pública e onde são confrontados e mediados os interesses e as posições políticas, tornam-se distantes, físicas, cognitiva e afetivamente, de quase todos os cidadãos concernidos pelo que ali se delibera. Em consequência, a publicidade, que é essencial a democracia, fica em grande parte ofuscada  pela invisibilidade da esfera pública da coisa pública tende a tornar-se privativa do grupo de profissionais da esfera política que, justamente, tem acesso ao espaço onde a discussão e a deliberação se realizam".
 - Trecho do livro Transformações da política na era da comunicação de massa. Autor Wilson Gomes. Editora Paulus.



Matéria publicada na Folha de S.Paulo, dia 14 de junho, página A8.


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Instrução Normativa reclassifica as áreas de comunicação do Governo Federal

O óbvio virou fato concreto: o governo não tinha outra escolha senão entrar definitivamente no universo das mídias sociais.


Consciente dessa demanda, um dos passos do Governo Federal foi publicar a Instrução Normativa nº5 que, dentre outras definições, inseriu a Comunicação Digital no rol de ações de comunicação governamental.


Conforme a instução, comunicação digital é a "ação de comunicação que consiste na convergência de conteúdo, mídia, tecnologia e dispositivos digitais para acesso, troca e interação de informações, em ambiente virtual, dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal com a sociedade ou com públicos específicos."


Assim, o poder público dá um importante passo para ampliar, via web, seus canais de interação com o cidadão. Agora bastar vontade política para multiplicar os canais de decisão dos cidadãos sobre ações de governo que afetam diretamente a vida de cada um de nos. 






SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5, DE 6 DE JUNHO DE 2011

Dispõe sobre a conceituação das ações de comunicação do Poder Executivo Federal e dá outras providências.

A MINISTRA DE ESTADO CHEFE DA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (SECOM), no uso da competência que lhe conferem o art.87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal e o art. 2º-B,inciso V, da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, tendo em vista o disposto no parágrafo único, do art. 3º, do Decreto nº 6.555, de 8 de setembro de 2008, resolve:

Art. 1º Esta Instrução Normativa dispõe sobre os conceitos das ações de comunicação do Poder Executivo Federal, previstas no art. 3º, do Decreto nº 6.555, de 8 de setembro de 2008, que estão compreendidas nas seguintes áreas:

I - Comunicação Digital;
II - Comunicação Pública;
III - Promoção;
IV - Patrocínio;
V - Publicidade, que se classifica em:
     a) publicidade de utilidade pública;
     b) publicidade institucional;
     c) publicidade mercadológica; e
     d) publicidade legal.
VI - Relações com a Imprensa;
VII - Relações Públicas.

Art. 2º Consideram-se:
I - Comunicação Digital: a ação de comunicação que consiste na convergência de conteúdo, mídia, tecnologia e dispositivos digitais para acesso, troca e interação de informações, em ambiente virtual, dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal com a sociedade ou com públicos específicos; 

II - Comunicação Pública: a ação de comunicação que se realiza por meio da articulação de diferentes ferramentas capazes de criar, integrar, interagir e fomentar conteúdos de comunicação destinados a garantir o exercício da cidadania, o acesso aos serviços e informações de interesse público, a transparência das políticas públicas e a prestação de contas do Poder Executivo Federal;

III - Promoção: a ação de comunicação realizada mediante o emprego de recursos de não mídia, com o fim de incentivar públicos de interesse a conhecer produtos, serviços, marcas, conceitos ou políticas públicas;

IV - Patrocínio: ação de comunicação efetuada por meio de apoio financeiro concedido por órgão ou entidade do Poder Executivo Federal a projetos de iniciativa de terceiros, com o objetivo de divulgar atuação, fortalecer conceito, agregar valor à marca, incrementar vendas, gerar reconhecimento ou ampliar relacionamento do patrocinador com seus públicos de interesse;

V - Publicidade: ação de comunicação que se classifica em:
     a) Publicidade de Utilidade Pública: a que se destina a divulgar direitos, produtos e serviços colocados à disposição dos cidadãos, com o objetivo de informar, educar, orientar, mobilizar, prevenir ou alertar a população para adotar comportamentos que lhe tragam benefícios individuais ou coletivos e que melhorem a sua qualidade de vida;
     b) Publicidade Institucional: a que se destina a divulgar atos, ações, programas, obras, serviços, campanhas, metas e resultados dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, com o objetivo de atender ao princípio da publicidade, de valorizar e fortalecer as instituições públicas, de estimular a participação da sociedade no debate, no controle e na formulação de políticas públicas e de promover o Brasil no exterior;
     c) Publicidade Mercadológica: a que se destina a lançar, modificar, reposicionar ou promover produtos e serviços de órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que atuem em relação de concorrência no mercado;
     d) Publicidade Legal: a que se destina a dar conhecimento de balanços, atas, editais, decisões, avisos e de outras informações dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, com o objetivo de atender a prescrições legais.

VI - Relações com a Imprensa: a ação de comunicação que se destina a planejar, organizar e promover a comunicação do Poder Executivo Federal com seus públicos de interesse por intermédio da imprensa, de forma democrática, diversificada e transparente;

VII - Relações Públicas: a ação de comunicação que tem por objetivo fortalecer a correta percepção a respeito dos objetivos e ações governamentais, a partir do estímulo à compreensão mútua, do estabelecimento e manutenção de adequados canais de comunicação, padrões de relacionamentos e fluxos de informação entre o Poder Executivo Federal e seus públicos de interesse, no Brasil e no exterior.

Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Série Contos da Propaganda - Do gás ao café, a propaganda como ferramenta da República

Anúncio de 1896

   Jornal, Classificados e Agência de Propaganda. Este poderoso trio entra em cena a partir de 1891, com a criação da "Empresa de Publicidade e Comércio". Nessa época, os anúncios eram uma espécie de classificados de maior tamanho, que divulgavam remédios, fortificantes e elixires, prometendo vigor e o bem estar das senhoras. Contudo, o comércio de remédios não era suficiente para movimentar a economia do país. Já o mercado publicitário precisava de outras fontes de arrecadação
    Por sorte, nos primeiros anos do século passado, sob o impacto da abolição que afetou diretamente o desempenho da economia brasileira, o governo da República abraçou a missão quase impossível de levar o pais à industrialização e a modernização. 
     Para tanto, uma das apostas dos presidentes Campos Sales (1898/1902) e do seu sucessor Rodrigues Alves (1902/1906) foi a publicação de Decretos que financiaram ações de propaganda, com o objetivo de divulgar no exterior qualidades econômicas e geográficas do país, principalmente produto brasileiros. Assim, investidores poderiam se interessar pelo nosso país, abrindo novos mercados para o Brasil
     O café, pilar da economia na época, foi o primeiro garoto-propaganda. Em 1901, o governo liberou por meio do Decreto nº 4.207, de 22 de outubro, crédito de 70 contos de réis para o Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas organizar serviços de propaganda do nosso café nos países onde o Brasil possuía Consulado.
     Temendo a desestabilização da economia, outros setores opuseram-se ao protecionismo governamental, questionando fortemente a intervenção da República no setor cafeeiro. Pressionado, o governo passou a investir na propaganda de outros produtos brasileiros. Em 2 de julho de 1902, por meio do Decreto nº 4.446, liberou 50 contos de réis para o Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas desenvolver esforços de propaganda com o intuito de divulgar além-mar o xisto betuminoso, oriundo da cidade de Marahú, na Bahia.
     Ainda em 1902, o gás natural do Recife também foi socorrido pelo governo. Para desenvolver ações de propaganda do gás pernambucano nos Estados Unidos, o município recebeu o crédito de 15 contos de réis do Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas, por meio do Decreto nº 4.612, de 23 de outubro.
     Naquela época, os presidentes Campos Sales e Rodrigues Alves não imaginavam que sua estratégia de usar a comunicação para fortalecimento mercadológico e promoção de imagem do governo transformaria-se, no futuro, em ferramenta governamental.  Para alcançar os mais variados objetivos, ações planejadas de comunicação foram, ao longo dos anos, sendo incorporadas ao senso comum da cultura política do pais, evoluindo para o que hoje conhecemos como propaganda institucional e propaganda mercadológica.


AUTOR: Patrick Costa

Jornal de 1902

terça-feira, 14 de junho de 2011

Governo não pode evitar o uso das mídias sociais

Todo orgão público precisa ser um ator de destaque no processo revolucionário que as mídias sociais estão impondo as relações humanas, econômicas e políticas. Pra falar a verdade, os governos não tem o poder de escolher se devem usar as mídias sociais, mas a questão é definir a forma de usá-las para ampliar seus canais de comunicação com a sociedade. Por isso, a interação política-social criada pela dinâmica das mídias sociais é um importante, definitivo e irreversível passo para a introdução do cidadão nos processos decisórios do Estado.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Classificação da Publicidade Governamental

Nos últimos 8 anos, com o aumento das publicações de livros, estudos e artigos, muitas duvidas sobre comunicação de governo já podem ser esclarecidas. Basta uma simples pesquisa na internet.  Contudo, mesmo com a facilidade de buscar explicações no "oráculo Google", o cidadão que não acompanha o debate ainda desconhece, por exemplo, as características das mensagens  que são veiculadas por todas as esferas do poder público.

Dentro dessa lógica do desconhecimento, escolho uma questão que considero fundamental para a compreensão do impacto da comunicação governamental na vida de cada cidadão brasileiro: Quais as diferenças técnicas entre as 4 subcategorias da publicidade de governo: Publicidade Legal, Publicidade Mercadológica, Publicidade Institucioal e Publicidade de Utilidade Pública??? 


Conforme Artigo 1o da Lei nº 4799 de 04 de agosto de 2003, ficou estabelecido que "a Administração Pública Federal , direta e indireta, passaram a classificar suas ações publicitárias da seguinte forma:

I) Publicidade Legal – a que se realiza em obediência à prescrição de leis, decretos, portarias, instruções, estatutos, regimentos ou regulamentos internos dos anunciantes governamentais.
 Para ver na internet uma Publcidade Legal, acesse: http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=117&data=07/06/2011

II) Publicidade Mercadológica – a que se destina a lançar, modificar, reposicionar ou promover produtos e serviços de entidades e sociedades controladas pela União, que atuem numa relação de concorrência no mercado.


Cartaz Campanha E-Sedex


III) Publicidade Institucional – a que tem como objetivo divulgar informações sobre atos, obras e programas dos órgãos e entidades governamentais, suas metas e resultados.

Cartaz Campanha Balanço 2009


IV) Publicidade de Utilidade Pública – a que tem como objetivo informar, orientar, avisar, prevenir ou alertar a população ou segmento da população para adotar comportamentos que lhe tragam benefícios sociais reais, visando melhorar a sua qualidade de vida.

Cartaz Campanha Vacinação Contra Gripe 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Lixo faz baleia encalhar em praia peruana

Durante os períodos de férias e alta temporada, o volume de turistas aumenta assustadoramente em muitas cidades do mundo. O aumento temporário da população nessas cidades traz enormes impactos sanitários, causados principalmente pela aumento de lixo, fato que gera danos ao meio ambiente. Um exemplo é o lixo deixado por banhistas nas praias, que transforma-se em ameaça a biodiversidade marinha. Dentro de outra ótica, a incapacidade da prefeitura recolher e processar o grande volume de lixo ultrapassa a esfera eminentimente sanitária e torna-se um problema ambiental.

Logo, prevendo o problema e pensando em reduzir os danos ambientes causados pelo "lixo turístico", a prefeitura do Balneário de Miraflores no Peru, criou uma ação que traduziu com todas as "latas, cocos, garrafas, sacolas plásticas e papel", o impacto do lixo na vida marinha.
Todo o lixo deixado por turistas na principal praia da cidade, durante o fim de semana, foi usado para montar uma escultura de baleia, medindo 12 metros de comprimento por 2 metros de altura. O objetivo foi simbolizar que o animal marinho morreu por causa do lixo e ficou encalhado na praia. Ao lado da "baleia de lixo", devidamente cercada com uma fita que isola corpos nas cenas de crimes, foi colocada uma placa: "Esta escultura foi feita com o objetos deixados na praia durante um fim de semana. Sujeira Mata. Vamos manter as praias limpas". Além da escultura, outra ações de comunicação foi a distribuíção de sacos de lixo para turistas com a frase: "Ensucias Mata" (Sujeira Mata).




O resultado da ação de comunicação de utilidade pública não poderia ser diferente: somente em 1 dia, foram feitas mais de 30 reportagens nos principais veículos de comunicação do pais, impactando aproximadamente 40 milhões de pessoas. Além gerar milhares de replicações das reportargens e outras tantas sitações nas redes sociais.

Contudo, o maior resultado foi a redução de 5 para 2 toneladas/dia de lixo recolhido na praia durante o verão subsequente a ação, segundo a prefeitura de MiraFlores.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Livroteca - Memórias das Trevas

H á poucos dias passei pela porta da uma livraria e me deparei com um livro que sempre chamou minha atenção. Não somente pelo seu nome e imagem de capa, mas pelo protagonista do enredo: Antônio Carlos Magalhães, mas conhecido como Toninho Malvadeza. Ou somente ACM. O livro estava em promoção: R$ 10. Comprei. 


Desde então, não consigo largar o livro nas minhas horas de descanso. É uma leitura fascinante. Intrigante. Assustadora. De um lado, uma aula de política truculenta. De outro, um exemplo de resistência e coragem para enfrentar o poder de um grande coronel baiano. E no ambiente de disputa política e jogo de interesses, a publicidade não foi poupada. ACM usou seu poder para proibir que grande empresas e fornecedores do governo baiano anunciassem no jornal de maior oposição ao seu governo. Esse fato é só umas das surpresas que o livro apresenta. Leia!!!


Autor: João Carlos Teixeira Gomes
Editora: Editorial
766 P áginas


Veja comentário do jornalista Alberto Dines sobre o livro e seus bastidores, publicado em 02 de fevereiro de 2001.



O livro Memórias das Trevas – uma devassa na vida de Antonio Carlos Magalhães, de João Carlos Teixeira Gomes, o Joca, tem 766 páginas das quais cerca de 700 tratam do senador Antonio Carlos Magalhães e do carlismo, um dos fenômenos políticos-mediáticos mais importantes do Brasil contemporâneo.

Bem escrito, primorosamente investigado e documentado – por isso fascinante – Memórias das Trevas é um facho de luz, flagrante de corpo inteiro sobre os mistérios que envolvem um político que manda e desmanda neste país há quatro décadas. Com o apoio de expressivos setores da intelectualidade dita de "esquerda".

Apesar dos evidentes méritos e da crença de que no Brasil existe liberdade de expressão, autor e sua obra estão sendo vítimas da mais esmerada Conspiração de Silêncio já articulada desde os tempos da censura.

A mídia nacional e regional (com a honrosa exceção de IstoÉ), apoiada pela máquina administrativa do Senado e o governo da Bahia, jogou-se numa operação escancarada para abafar a repercussão do livro. Na semana de lançamento saiu apenas uma única matéria reproduzindo as revelações do livro e traçando o perfil do seu autor, um dos mais importantes intelectuais da Bahia. E esta matéria saiu na IstoÉ. Uma entrevista do autor para Valor, com duração de uma hora, saiu tão escondida, mas tão escondida que pode ser considerada como caso de estudo sobre a inocente técnica de "matar" um assunto fingindo que está sendo promovido.

Nos demais veículos, o silêncio. Ou, quando não, material de descrédito sutilmente inserido como "fato jornalístico" mais relevante do que o próprio lançamento da obra: insinuações de que a editora Geração Editorial foi financiada pelos adversários de ACM, depois a barragem de releases sobre um livro impresso pela gráfica do próprio senador para desancar seu desafeto, o senador Jader Barbalho. Solertes manobras para enfiar Memórias das Trevas dentro do contexto da disputa pela presidência do Senado. Mentira: o livro está sendo escrito há alguns anos e resulta de uma luta que Joca vem travando há três décadas contra o carlismo, conforme está amplamente documentado ao longo das suas 766 páginas.

Quando Mario Sergio Conti revelou num trecho perdido de seu Notícias do Planalto que havia um pacto de sangue entre ACM e uma das iminências pardas de Veja, hoje badalado colunista de oposição, não poderia imaginar que estava desnudando e iniciando o desmonte de uma das mais comprometedoras relações entre fonte e veículo na moderna imprensa brasileira. Longe de beneficiar o leitor, ao longo de 20 anos o pacto Veja-ACM serviu para dar cobertura às andanças de ACM no período mais importante da sua incrível ascensão, dando-lhe a aura de triunfo, inexpugnabilidade e eficiência para esmagar adversários e jornalistas independentes.

Este inocente pacto de fidelidade, estendeu-se a 90% da mídia por força de dois poderosos vetores conjugados: a consolidação do Cartel Brasileiro de Mídia articulado em torno do Grupo Globo e, graças a isso, o fortalecimento do grupo que então controlava Veja, hoje incrivelmente entranhado não apenas na mídia impressa (semanal e diária) como na internet e até em fundações culturais. Temos assim a justaposição de poderosos interesses politico-empresariais do Grande Cartel com as perversidades da Pequena Máfia, diabólica engrenagem de promoção e silêncio centrada em torno da figura de ACM.

Quando Joca revela como ACM deu a NEC de mão beijada à Rede Globo e, em troca, ganhou para a sua repetidora de TV a programação da Venus Platinada (ver no índice remissivo do livro as referências à NEC e a Mário Garnero) está revelando um dos tentáculos menos conhecidos do Cartel, porém já desmascarado neste Observatório: as grandes empresas jornalísticas regionais, com um par de exceções, são aquelas associadas às repetidoras da TV-Globo, do Amazonas ao Rio Grande do Sul. Isto significa que a imprensa regional – esteio de uma sociedade informada e organizada – está atrelada aos interesses globais ou de seus parceiros. E como o faturamento de uma repetidora estadual de uma das maiores redes da TV mundial é incomparavelmente maior do que o de jornais regionais, pode-se afirmar que a nossa imprensa regional funciona de facto como satélite dos interesses políticos, pessoais, empresariais e hegemônicos da Globo e seus apaniguados.

Série Contos da Propaganda - Padre garoto-propaganda

   A chegada da Família Real Portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, foi um marco para a propaganda brasileira. Além da abertura dos portos, a implantação do primeiro banco da colônia e a instalação das primeiras escolas de nível superior, o Brasil nascia como país. E como mercado, o que estimulou o desenvolvimento de ações de propaganda para divulgação de serviços e venda de escravos.
   Pegando carona na onda propagandista, a igreja não perdeu tempo e começou a afixar seus ¨anúncios de sacristia¨ em locais públicos. Com essa ação, a igreja instituiu uma importante e duradoura ¨parceria¨ com a propaganda, uma vez que, quase 90 anos depois  o primeiro garoto propaganda do Brasil usava batina e certamente tinha um terço pendurado no pescoço, conforme recomendavam os melhores personal stylist da igreja católica.
    Em 1882, nada mais, nada menos do que um padre, de nome Antônio Martucci, foi escolhido pelo governo da República dos Estados Unidos do Brasil e contratado para ¨fazer propaganda¨ na Europa em favor da imigração para o pais da índias semi-nuas. Pelos serviços prestados, o padre recebeu dos cofres públicos, por meio do Decreto nº 72, de 5 de agosto, ¨cachê¨ de 1 conto de réis. Cabe saber se a grana cobria as despesas do padre com transporte, hospedagem e alimentação. Ou se, com o já conhecido “jeitinho brasileiro”, os custos foram pagos à parte, sem a necessidade de adiantamento ou licitação!!!

AUTOR: Patrick Costa

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Feijoada Completa: uma homenagem!!!

A senha de acesso do meu primeiro blog, o FEIJOADA COMPLETA, foi misteriosamente apagada dos registros do Blogger. Tentei por DIVERSAS vezes restaurar a senha, mas não tive sucesso.

Por isso, não me restou alternativa a não ser criar o BLOG COMUNICAÇÃO COM AZEITE, que tem a mesma finalidade do feijoada: divulgar conteúdo de comunicação pública, com foco na publicidade e propaganda de governo. E com uma novidade: dicas de gastronomia, minha mais recente "cachaça".

Logo, faço aqui uma citação ao FEIJOADA COMPLETA e recomendo que acesse-o para que as diversas postagem sobre comunicação de governo não caiam no esquecimento.

http://www.feijoadacompleta.blogspot.com/

Valeu.
Patrick Costa

Campanha Brasil sem Miséria - Governo Federal

Para "reiniciar" meu projeto de divulgação de ações de comunicação pública, com foco na publicidade governamental, publico a campanha de comunicação desenvolvida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, para divulgação do Plano Brasil sem Miséria, principal programa social do Governo Federal.

    Marca

Importante ação de mobilização social, que pretende tirar mais de16 milhoes de brasileiros da extrema pobreza, o Plano Brasil sem Miséria é um grande desafio de erradicação da probreza, que pretende articular ações sociais, econômicas, políticas e culturais entres todas as esferas do poder público brasileiro. Além de impor metas arrojadas, o plano da um importante passo rumo a construção de uma sociedade mais igualitária, pois tem a intenção de fazer com que serviços públicos básicos cheguem aos mais pobres brasileiros, que vivem em grotões longínquos do nosso imenso território ou em zonas segregadas das grandes cidades. ACREDITE, são pessoas que não tem acesso a serviços essenciais como água, luz, educação, saúde e moradia.

 Pra saber mais sobre o Brasil sem Pobreza, basta acessar o HotSite www.brasilsemmiseria.gov.br, uma das ferramentas de comunicação da campanha que, por sinal, ficou muito boa. De boa navegabilidade, com fácil acesso as informações, que estão dispostas clara e objetivamente na tela.

HotSite


No HotSite, RECOMENDO o download do FOLDER de 20 páginas da campanha. Muito bem criado, com imagens bem trabalhadas e informações publicitárias que dialogam, de forma a impactar quem lê a peça. Muito interessante foi a criação de ícones - homem do campo, casa popular, prato e talheres, famlia, água potável e mais alguns desenhos, representando os eixos de atuação do plano - Eixo Garantia de Renda, Eixo Inclussão Produtiva e Eixo Acesso aos Serviços Públicos.

                                           

                                          
 Folder

No geral, os layouts seguem o padrão estético publicitário do Governo Federal: fotos grandes, limpas e bem produzidas. Sempre com muita GENTE, invariavelmente sorrindo. Os titulos são curtos e diretos. Já as peças eletrônicas (rádio e televisão) tem imagens muito bem captadas, locuções vibrantes e presença de atores globais. Por último, o conceito "O Brasil cresceu porque a probreza diminuiu. Já pensou quando acabarmos, de vez, com a miséria?" é instigante, que nos desperta uma sensação de esperança. De querer saber como será o Brasil sem a miséria que o governo diz que vai erradicar. Se cada esfera governamental fizer sua parte, o Brasil dará um importante passo rumo a diminuição das desigualdades sociais. Agora é esperar pra ver.

 Video