O Comunicação com Azeite é um espaço que pretende divulgar conteúdo de comunicação pública, com foco na publicidade e propaganda de governo. Nesse blog os visitantes também encontram dicas de livros, músicas de primeira qualidade e uma pitada de gastronomia, minha mais nova paixão.































segunda-feira, 20 de junho de 2011

Publicidade Infantil na mira do Congresso Nacional

A nova investida da Câmara dos Deputados contra a propaganda infantil reacendeu a discussão em torno do tema, que iniciou em 2001 com o Projeto de Lei 5.921. Basicamente, a o projeto determina que "fica proibida qualquer tipo de publicidade, especialmente as veiculadas por rádio, televisão e internet, de produtos ou serviços dirigidos à criança, no horário compreendido entre 7 e 21horas".


Antes de ser pai, me perguntava porque constantemente o governo ou um orgão de defesa de crianças e adolescentes tentavam proibir a publicidade direcionada ao público infantil. Hoje, vendo meu filho comentar as propagandas que passam na televisão, não defendo a proibição, mas entendo a necessidade de definir REGRAS para direcionar a criação de campanhas publicitárias de produtos infantis. Principalmente porque as "crianças modernas" são impactadas por muitos estímulos sonoros e visuais, fato que amplia sua capacidade de absorver informações. Dessa forma, as crianças são vulneráveis a "comandos" negativos, como por exemplo, coma fast-food, brinque com armas de brinquedos, assista televisão, divirta com o computador, compre para suprir carências e procure amizades em ambientes virtuais.
Teste do e-Marshmallow

Para especialistas, as crianças ainda não estão preparadas para lidar com o apelo gerado pela publicidade. "A criança não tem a capacidade de discernimento com o juízo crítico que o adulto tem. Se o adulto já é seduzido pelas propagandas, imagine a criança? A percepção delas vai sempre pelo lado emocional, e não costuma passar pelo racional, onde está o juízo crítico" enfatiza a psicóloga e psicanalista especialista em atendimento infantil Paula Ramos, da Escola Brasileira de Psicanálise.

O grande problema das campanhas direcionada ao público infantil não esta na capacidade de persuasão da propaganda, que vai de encontro à autoridade exercida pelos pais, conforme afirma a coordenadora geral do projeto Criança e Consumo, da Fundação Alana, Isabella Henriques. Ainda segundo a coordenadora, "Os pais não têm força suficiente para lidar com uma indústria tão poderosa e tão rica como é a da propaganda. É uma disputa muito desnivelada em termos de força".

Reafirmo que a solução não é proibir a propaganda, mas sim direcioná-la. A solução é institui regras que forçam as agências de comunicação criar campanha mais "lúdicas", que prioritariamente estimulam brincadeiras coletivas, hábitos saudáveis e atividades pedagógicas, ao invés de campanhas que estimulam hábitos solitários, individualistas e sedentários.



Peças direcionadas aos público infantil, que estimulam brincadeiras ao ar livre


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